Não, o mundo digital não é um mundo que se enclausura em escritórios, trocar mensagens e realizar videoconferências.
É exemplo disso a nossa Anita Bastos que, muito antes de se juntar à nossa equipa já era voluntária quer in loco quer online a apoiar e salvar parte das milhares de pessoas afetadas por uma guerra sem sentido que mata indiretamente empresas e economias, cria desemprego e aumenta disparidades.
Mas não estou aqui para falar sobre as consequências da guerra, que já todos estamos fartos de conhecer diariamente nas notícias.
Quero falar-vos da nossa Anita: Uma colaboradora que nos surpreende todos os dias com a sua boa disposição e agilidade em resolver os problemas dos clientes, em ser inovadora e criativa, em ser proativa e nunca baixar os braços. Além das funções que desempenha continuou (sempre com o meu conhecimento) a desenvolver o melhor que podia e sabia para apoiar famílias e pessoas, recolocando-as em diversas partes do mundo, conseguindo através dos contactos com diversas instituições fazer chegar alimentos ou material básico de cuidados de saúde a locais remotos e impensáveis (que nem ela tem acesso às localizações) e continua, todos os dias, a ser uma excelente profissional e um excelente ser humano.
Corria a noite de sábado passado quando a nossa mais nova da equipa me pede para lhe ligar por motivos urgentes. Pensei logo que se trataria de alguma situação de saúde ou alguma situação familiar… Não… A Anita tinha acabado de receber a informação de que havia uma pessoa ferida num pé e que necessitava de cuidados médicos para que este não lhe fosse amputado. Ela já tinha agilizado toda a situação mas, os voluntários em terreno estavam a ser impedidos de transpor a fronteira para levar esta pessoa até ao local onde poderia receber todos os cuidados médicos que necessitava evitando, assim, a amputação do pé (e caso a ajuda demorasse a chegar poderia pensar-se numa amputação da perna).
A minha resposta foi pronta e imediata: vai. Primeiro salva vidas, porque no escritório conseguimos orientar o teu trabalho.
Assim, ela passou por escalas, trocou aeroportos e quase perdia um voo de ligação para a fazer chegar ao destino. Mas conseguiu, porque a quem faz o bem no seu coração nada é impossível. E, hoje, de manhã cedo, ao chegar ao escritório recebo esta fotografia desta família finalmente seguros e com os cuidados necessários. Chorei, sim, e para quem me conhece sabe que as lágrimas não coisa fácil de me “tirarem”. Como teu colega, como ser humano, seja com que qualidade for, só te posso dizer: Estou muito orgulhoso de ti.